segunda-feira, 23 de março de 2009


Fusca - 50 Anos
A Exposição “Fusca – 50 anos de Brasil” reunirá colecionadores, artistas plásticos, jornalistas e amantes do Fusca, em São Paulo.
A Volkswagen do Brasil comemora os cinquenta anos do Fusca no Brasil com a exposição “Fusca – 50 anos de Brasil” e o lançamento de selo e carimbo alusivo à data. A solenidade acontece hoje, dia 18 de fevereiro, na Volkswagen Haus, showroom da marca em São Paulo. Além da cerimônia de lançamento do selo e do carimbo dos 50 anos do Fusca brasileiro, os convidados terão a oportunidade de apreciar modelos que marcaram época, como os veículos de 1959, 1965, 1974 e 1986.

O primeiro Fusca, na época chamado de “Volkswagen de Passageiros”, saiu da linha de montagem da Fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo no dia 3 de janeiro de 1959. De 1950 até 1996, último ano de produção do modelo, foram vendidas 3,1 milhões de unidades do automóvel.

O Fusca inspirou a criação de outros modelos, como a Brasília, apresentada em 1973 como uma opção mais sofisticada ao "besouro"; o SP2, projeto integralmente desenvolvido no Brasil e que primava pelas formas arrojadas; e o VW-1600 com quatro portas, popularmente conhecido como "Zé do Caixão", devido à disposição das maçanetas nas quatro portas.

Ícone da índustria automobilística brasileira, o Fusca foi homenageado com um dia oficial em comemoração ao modelo. Dia 20 de janeiro é o Dia Nacional do Fusca, instituído pela Volkswagen em conjunto pelo então Sedan Clube, no final dos anos 80, em homenagem aos fãs do automóvel, que costumavam se reunir com seus Fuscas para contar histórias sobre o modelo. Em 1996 a Prefeitura Municipal de São Paulo oficializou o dia 20 de janeiro como Dia Municipal do Fusca, instituído pela Lei Municipal nº 12.202/96.

Primeiros tempos

A partir de 1953, os primeiros Fuscas foram montados em um galpão alugado pela Volkswagen no bairro do Ipiranga, em São Paulo (SP). O Fusca já era montado no Brasil desde 1951, mas pela empresa Brasmotor. Os carros eram importados da Alemanha e montados no sistema CKD (Completely-Knocked-Down, ou completamente desmontados). Em 1959, a produção do modelo foi iniciada na fábrica da Anchieta de onde saíram as primeiras unidades do Fusca brasileiro.

Nas décadas seguintes, o carro assumiu a liderança entre os veículos de passeio e continuou a ser fabricado até 1986, quando foi aposentado pela primeira vez. Sete anos depois, o então presidente da república, Itamar Franco, solicitou à Volkswagen que o Fusca voltasse a ser produzido. O “segundo mandato” do modelo durou até junho de 1996, quando o Fusca se despediu. O modelo permaneceu na liderança de vendas do mercado por 24 anos consecutivos (1959 até 1982).

quarta-feira, 18 de março de 2009


Museus de carros antigos
Colecionadores e apaixonados por carros antigos ganham espaço em todo o Brasil.

E também nesse caso a referência é o incremento na produção nacional. Antes disso, carro novo era coisa de ricos, que podiam pagar pelos importados. A alternativa para quem tinha menos dinheiro era comprar um carro usado e conservá-lo até acabar. Carro antigo, portanto, não era luxo de coleção, era alternativa de transporte cotidiano. Como acontece hoje em Cuba, onde a população remenda carros produzidos há meio século. Quando a indústria automobilística brasileira atingiu grande escala, nos anos 50 e 60, os carros antigos nacionais e importados foram liberados para os colecionadores.

O primeiro museu de carros antigos no Brasil foi aberto pelo engenheiro paulista Roberto Lee, nos anos 70. Ele começou expondo sua coleção num galpão industrial, na cidade de São Paulo. Depois levou o acervo,que chegou a reunir 150 carros, para sua fazenda em Caçapava, às margens da rodovia Presidente Dutra. Lee era o líder dos colecionadores brasileiros, cabia a ele organizar encontros nacionais, que foram suspensos por vários anos depois de sua morte, em 1975. O museu ficou aberto mais alguns anos, até o início da década de 80, mas acabou fechado pela família. A herança de Lee inclui um Tucker, carro revolucionário lançado em 1948, por Preston Tucker (1903-1956).Trouxe inovações de segurança que mais tarde se tornaram padrão: cinto de segurança e painel estofado e sem protuberâncias. Apesar das qualidades do produto, a fábrica foi sufocada pela concorrência e faliu depois de produzir somente 51 veículos. Apenas dois estão fora dos Estados Unidos hoje: um no Japão e outro em Caçapava, hoje escondido do público.
Lee relacionava-se com alguns dos maiores colecionadores da Europa e dos Estados Unidos, onde o hábito de conservar carros antigos começou há muito tempo. Nos Estados Unidos, o diplomata e empresário Larz Anderson e sua esposa, começaram a juntar carros em 1998. Hoje a coleção virou um museu na antiga casa dos dois, na cidade de Brookline, no estado de Massachusetts. Na Europa, os grandes nomes entre os colecionadores foram o francês Henri Malarte e o belga Ghislain Mahy. Malarte começou sua coleção em 1931 com um Rochet Shneider de 1898. Em 1959, ele comprou um castelo e criou o primeiro museu francês do gênero, que funciona até hoje, com acervo de 120 carros e 53 motocicletas. O legado de Mahy é bem maior: mil automóveis, dos quais 450 estão em exposição no Centre Mondial de l ´Automobile, em Bruxelas.

Estima-se hoje em dia que o número de brasileiros colecionadores, seja de 40 mil em todo o país e esse número tem influenciado diretamente na abertura de novos museus. Em Brasília, por exemplo, até pouco tempo, o único vínculo histórico da cidade com a roda era um discreto monumento no estacionamento do Memorial JK: o Galaxie bordô do presidente, parado numa vaga, com uma cobertura de concreto e paredes de vidro. Entre colecionadores de automóveis antigos do país, Brasília é conhecida pela abundância de exemplares nacionais. Neste ano, o primeiro museu foi inaugurado, o Museu do Automóvel de Brasília, depois de nove anos de esforços para transformar em museu um galpão ao lado do Memorial JK. Num espaço de mil metros quadrados estão expostos 60 automóveis, com destaque, como exige a cidade, para os modelos nacionais.
A novidade de Brasília é algo que vem se repetindo em várias cidades brasileiras.Nos últimos quatro anos, quatro museus foram inaugurados no Brasil. Cada vez mais as coleções particulares de carros antigos são levadas para espaços permanentes de exposição. Canela, na região serrana do Rio Grande do Sul, tem desde 2001 um prédio especialmente construído para abrigar 40 automóveis produzidos dos anos 20 aos anos 70, o Museu do Automóvel Anos Dourados. Também no Rio Grande do Sul, em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, está a maior coleção pública de carros antigos do Brasil: o ULBRA (Museu de Tecnologia da Universidade Luterana do Brasil), com 270 carros utilitários e motos.

Com cerca de 60 carros das décadas de 10 a 50, algumas carruagens e diligências, motos e bicicletas o Museu do Automóvel de São Paulo é um espaço reservado que conta, na prática, a história do automóvel e serve de inspiração para aqueles que apreciam e querem conhecer mais sobre automóveis antigos, o espaço é uma autêntica máquina do tempo. No bairro da Mooca, também em São Paulo, está o charmoso Vilarejo São Paulo, que abriga, em média, 62 veículos antigos. Apesar de pequeno- são apenas 500 metros quadrados - o novo espaço cultural paulistano ganhou decoração especial, que garante sensação de nostalgia até para os mais modernos.